domingo, 17 de fevereiro de 2008

Estranha forma de amar...


Assim, acordei hoje... e assim vou ficar para toda a eternidade...

Não, não me intérpretes mal... O vazio, a ausência, a falta do teu corpo ao meu lado não implicam que não irei amar novamente, não... tenho muito amor ainda para dar...

O que implica é que é o fim do sonho... o adeus a nossa casa... a nossa cama... ao teu sorriso... ao teu toque... enfim... Adeus a ti...

Há pouco li um texto feito por alguém que se intitula apenas Cobra... passo a citar:


"Dizias amar-me. Estranha forma de amar, feita de ausência, de fuga, de
esquecimento. A recordação do sabor do teu corpo impedia-me de adormecer.

Tentei recordar o tempo em que fomos felizes mas só a tristeza, a angústia do amanhã, permaneciam. Tornava-se dolorosa a tua indiferença; a tua necessidade de carinho, beijos e abraços; o teu amor tranquilo.

Mas vivo de paixões. Sinto o amor com mesma intensidade do dia em que nos apaixonamos.

“É urgente, o amor”, disse o poeta.

Já não me restam lágrimas.
Gastou-as o tempo.

É no desejo satisfeito que me esqueço do mundo, que me esqueço de mim. Sinto uma tranquilidade infinita, uma leveza física, uma paz de outra forma inatingível. O que o amor tem de melhor é o torpor do depois: Os dois corpos abraçados, quentes, satisfeitos, felizes, pacíficos.

Esqueço as ideias, os sonhos, os fantasmas que me atormentam. Olvido as
frustrações, as derrotas, o desprezo que me sinto. Será preciso gostar de mim
para alguém gostar também? Não creio.

Já não sei se acredito no amor. Parece um jogo que não gosto de jogar. Uma estratégia de consolo, quando acredito na espontaneidade.

O amor não se pensa, age por si próprio. E quando ausente, morre um pouco todos os dias.

O amor é apenas o caminho para um final amargo."

Lembrei-me de ti, de nós e do que poderíamos ter alcançado, em vão, pois hoje ao acordar a cama ainda estava vazia, os restos da tua presença dissipam-se a olhos vistos... e eu... e eu aqui... ainda a esperar por ti... ainda a amar-te como nunca amei outra mulher...

Não importa mais... hoje vou sair da nossa casa... vou dizer adeus a nossa história, em mim fica apenas a recordação do tempo que te vivi e que fui feliz... Podia ter sido diferente, mas não foi, e desta vez não há volta a trás... Fica a penas com o conhecimento que te amei e que sim... mesmo que não pareça fui muito feliz ao teu lado...

Para já e para mim, é o adeus a terra que chamei de minha neste ultimo ano, é o voltar a casa, mas não de cariz baixo, voltar de cabeça erguida pois tudo o que vivi amei... e aprendi... vá chega de parvoíces... toca a seguir em frente... O passado é passado e o futuro é ainda um país por descobrir...


"O destino não é uma questão de chance;
é uma questão de escolha.
Não é algo para ser esperado;
é algo para ser alcançado."


1 comentário:

Tiago Pereira disse...

Ao caminhar na estrada da vida eu olhei para traz e vi um pouco dos meus sentimentos espelhados no mar do esquecimento. Foi cruel, fatidico, triste, amargo, friamente esculpido no esboço de uma tela o choro de um Homem sem convicçoes, contudo aprendi. Aprendi que com os erros posso ser melhor do aquilo que outrora pensara e que os meus dias podiam certamente ganhar na sua veluptuosidade um brilho sumptuoso de um sol ardente.
Pensei.
Ganhei forças, enchi-me de coragem e começei a cantar alto, a sonhar, a recomeçar na minha vida algo a que mais tarde eu daria o nome de ESPERANÇA. É a esperança que me faz mover, a fé que existe em mim, a força interior que me faz acreditar num futuro merecedor.
Na nossa vida vão passando pessoas, acontecimentos, sentimentos, erros, barreiras/obstaculos, tudo isso meu eterno amigo, será para aprenderes a lutar por algo melhor, porque com a experencia de tudo isto, vais adquirindo em ti futuramente a capacidade de discernir o essencial do banal. Não deixes que o passado sufoque o teu presente, porque tu és real, não vives num sonho, mas na eterna esperança de que mais tarde o puzzle da tua vida começe a ganhar contornos e cada vez mais facilmente vais juntando as peças.