quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Outro Lado… Relatos Paranormais em Portugal

Boa noite, hoje vamos estrear uma nova secção na Lanterna Dos Afogado… desta vez vamos abordar um assunto um tanto ao quanto delicado, o Paranormal… Com isso não tentando efectuar escrita sensacionalista, mas sim tentando desvendar alguns dos mistérios da humanidade, contudo iremos sempre deixar em aberto qualquer ponto de vista pessoal, ou abordar os assuntos num âmbito pessoal que possa influenciar os leitores, uma vez que cada um e cada qual é livre de ter as suas crenças.

Para mim, a ignorância neste campo por vezes é a maior bênção que pode existir, contudo por vezes não é bem assim… e como dizem… Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem…

Sem mais esperas vou passar um texto de um relato retirado da pagina da ADEP - Associação de Dilvulgadores de Espiritismo de Portugal (http://www.adeportugal.org/), mais informo que é um relato forte e que não deverá de ser lido por pessoas influenciáveis.

RELATO 1: Enterraram-me vivo

Caso António Manuel* ocorrido a 17 de Janeiro de 1994.

Associação espírita identificada apenas por nós.

Grupo mediúnico que reúne às segundas-feiras das 21h30/22h30.

Composição do grupo: cerca de 6 pessoas.


A reunião mediúnica decorre. Na sala estão apenas a meia dúzia de pessoas do costume. A entrada na mesma é salvaguardada.

A médium, em transe, exprime desassossego. Trata-se de uma entidade espiritual que evidencia angústia, pois dá a entender que acredita ter sido enterrada viva aquando do funeral.

Quem dialoga com esse espírito, o coordenador da reunião mediúnica, lembra-se de activar o audiogravador:


«(...) Coordenador - Sabes o número da porta?

Entidade espiritual (EE) - Lembro-me e sei como se chama a minha mulher e as minhas filhas.

C. - Como é que se chama a tua mulher?

Entidade espiritual - Laura.

C. - E as tuas filhas?

EE - Susete, Graça, Ana.

C. - Mas estavas doente quando te deu isso ou foi de repente?

EE - Eu tinha uma sinal...

C. - Tinhas um sinal aonde? Desculpa, mas não te compreendi agora...

EE - Não me faças lembrar disso... (pede)

C. - Ora bom, tu moravas na Rua Pinto Foz*, não é? Não te lembras do nr. da porta

EE - Não tenho cabeça. Fui para os Estados Unidos para ser operado e vim e depois enterraram-me vivo! Não sei mais nada.

C. - Deixa lá. É que se tu me desses o nr. o mais que eu poderia fazer era levar uma mensagem para a tua mulher e para as tuas filhas.

EE - Não, vais lá comigo que eu digo-te aonde é.

C. - Não, mas é que, repara, eu estou na vida física e eu não te vejo. Como é que eu estou a falar aqui contigo e não te vejo? O fenómeno é muito simples.

EE - Estamos em Marte?

C. - Não, não estamos em Marte...

EE - Vens comigo, vamos os dois.

C. - Não, ouve: este corpo pelo qual estás a falar é um corpo que não te pertence, que te foi emprestado, o teu corpo físico está a desfazer-se na terra. E eu não posso falar contigo porque não te ouço nem te vejo se não for através deste corpo (médium) e este corpo só te é emprestado aqui, neste local.

EE - Não pode. Eu tenho a minha cabeça oca, vazia. Não te entendo, não percebo...

C. - Olha...

EE - Não te entendo, anda comigo, falas com elas, que elas compreendem tudo!

C. - Ouve, meu irmão! Tu estás em Torres Vedras*. Conheces? E falas através de uma mulher, de uma senhora que tem faculdades paranormais, em que os espíritos (portanto, as almas daqueles que já morreram) podem falar através dela. Pela misericórdia de Deus, pelo seu imenso amor...

EE - Já sei.

(...)

C. - Como te chamas?

EE - António Macedo*.

C. - Tinham telefone em casa?

EE - Eu não me lembra o número.

C. - É só o teu nome António Macedo?

EE - É. Sou engenheiro.

C. - Engenheiro? Onde trabalhavas?

EE - Na Sonae*.

C. - Tu como engenheiro...

EE - Não me deixes, não me deixes...

C. - Ouve: tu nunca acreditaste no espiritismo, pois não?

EE - A minha mulher acreditava.

(...)

(O coordenador da reunião, que conversa com o espírito, disserta sobre vida após a morte)

EE - Vê na lista telefónica.

C. - Eu vou ver.

...

C. - Está aqui gravada a tua mensagem para chegar aos ouvidos da tua mulher, se tu dizes que ela é um pouco crente nestas coisas.

EE - Diz-lhe que me enterraram vivo.

C. - Para a vida ainda lhe ser mais custosa? Que é que lhe queres dizer? Que a vida continua, que a tua vontade é visitá-la, simplesmente não te aconselhamos porque não estás em condições, como ser inteligente que és, bastante culto, tens que compreender que se passaste por uma situação dessas...

EE - Eu digo-te o nome das minhas filhas...

C. - Já está gravado.

...

C. - A lei de causa e efeito funciona...

EE - Minha mulher é professora aqui em Torres*.

C. - Em que escola?

EE - Na Escola Secundária de ...

C. - Na ... Fernandes ou ...

EE - Eu não sei.

C. - Bom, olha, meu irmão. Trabalhavas na Sonae*. Sabes onde é que eu trabalho? Na PE. Conheces?

EE - Sim.

C. - Vamos deixar de falar na vida física que te preocupa, nas tuas filhas, para falarmos na vida espiritual. Tu acreditas em Deus? Não sei se eras católico ou se professavas outra religião, mas todas elas falam na alma, no ser que ama, que sofre, que é eterno (...) aqueles que ficam na Terra geralmente não conseguem ver...

EE - Eu vim com ela.

C. - Vieste com ela como?

EE - Foi ela que me trouxe.

C. - (à tua volta há outras entidades)

(dissertação sobre reencarnação)

«ninguém é de ninguém»

«eu queria que despertasses para a vida espiritual»

Nós já estamos em 17 de Janeiro de 1994.

. Declarações do coordenador da reunião, C., colhidas um par de meses depois:

«É evidente que não confiei abertamente no que o espírito disse e tive o cuidado de tomar algumas precauções para verificar a veracidade das informações.»

Usou uma pseudoprocura de explicador para o seu filho estudante e ligou à médium para verificar se ela conhecia a drª. Laura que dava aulas nalguma Escola.

Ela disse que não, que conhecia uma outra senhora que dava aulas de francês. Perguntei também se conhecia o engº. António Macedo*. Disse-me que não, que era a primeira vez que ouvia falar no nome.

Em face disto, pediu à telefonista, no trabalho, «eu tenho um endereço de 1988, veja-me por favor se não for nas listas actuais, deve constar o nome desse eng.º e o número de telefone. Veja se mo consegue.

E meia hora depois a telefonista dá-me o número de telefone. Mesmo assim, eu fui à lista telefónica e para surpresa minha vejo o nome do eng.º ainda na lista actual e o número de telefone. Liguei de imediato para casa, atende-me uma senhora e eu pergunto-lhe se é da casa do sr. engº. António Macedo. E a senhora diz-me que é, sim senhor. O sr. eng.º está? A resposta lacónica:

- Não, o sr. eng.º já faleceu.

- Faleceu, minha sr.ª, em 1988?

- Sim, sim.

- Foi depois de uma viagem que ele fez ao exterior, foi submetido a uma intervenção cirúrgica?

- Foi sim, e faleceu dias depois.

- A esposa do sr. engº. está, a drª. Laura?

- Não, não. Está a dar aulas.

- E a filha Fulana e Sicrana?

- Também não estão. Estão para a escola.

- A senhora desculpe a minha pergunta, qual é o parentesco da sr.ª com o falecido eng.º?

- Eu sou sogra.

- Minha sr.ª, por favor transmita à sua filha que eu tenho necessidade de falar com ela, porque tenho um recado do sr. eng.º António Macedo, falecido há 6 anos, mas que ontem nós tivemos o grato prazer de ouvir e atender, embora não o tivéssemos conhecido antes, nem sequer aos seus familiares. Ao fim da tarde telefonarei para aí.

À noite, já em casa, eu resolvi telefonar à sr.ª que não me pôde atender, estava em casa de uma vizinha, no piso próximo. Liguei mais tarde, embora tenham insistido comigo para deixar o meu número de telefone.

Liguei mais tarde, falei com a esposa, disse-lhe que tinha uma mensagem do marido e para ela não se assustar que ele disse que tinha sido enterrado vivo. Disse-lhe que estivesse descansada que não era bem assim. A entidade espiritual, muito nova ainda, com 41 anos, eng.º, colocado numa grande empresa, com uma vida bonita, as 3 filhinhas, a esposa muito jovem ainda, naturalmente que muito agarrado à vida, ele prendeu-se um pouco ao corpo, dificultou a separação e passou por essa situação de lhe parecer ser enterrado vivo, mas que não ficasse preocupada porque ele não foi enterrado vivo.

- A senhora vai ouvir calmamente, não se impressione, que isto é absolutamente normal.

E passei a gravação pelo telefone.

Finda a audição, não muito boa mas perceptível, perguntou-me:

- E agora o que é que eu devo fazer?

- Nada, a não ser seguir os princípios cristãos, sejam eles católicos ou não. Não entrar em conflitos, não desejar o mal a ninguém, ser tolerante, perdoar, não se ofender, fazer isso como uma homenagem àquele que foi seu marido, e que, como vê, ainda a ama muito. Veja que vivia a preocupação de ter deixado a esposa ainda muito nova.

Bom, e se mais tarde a entidade se comunicar para agradecer, quer dizer, voltar para dar uma mensagem, ainda lhe podemos colocar a questão, se os orientadores das tarefas que partem do plano espiritual acharem utilidade nisso, de avisar a sr.ª para ele lhe falar directamente.

A senhora agradeceu. Não lhe prometi que isso iria acontecer, mas que se isso acontecesse, eu entraria em contacto com ela.

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* Dados fictícios para evitar transtornos para a família e demais pessoas envolvidas.


Por hoje é tudo… encontramo-nos no Outro Lado… E se alguém tiver relatos paranormais e os quizer revelar pode sempre mandar-nos um e-mail.

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