quinta-feira, 17 de maio de 2007

Smallville: Clark and Lana- I Love you

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

1 comentário:

Ladydemon disse...

Vou comentar este teu belo texto com um excerto de um texo que eu postei nos Segredos em 24/10/2006 :

"...Porque será que as pessoas têm medo dos próprios sentimentos? Porque será tão grande o medo da rejeição? Não seria tudo tão simples se as pessoas falassem umas com as outras sem medos? " Achoo que me estou a apaixonar por ti... existe a possibilidade de olhares para mim da mesma forma? " ; " Olha acho-te muito sexy...Posso-te beijar?"... Enfim uma panóplia de perguntas que a todos passa pela cabeça pelo menos uma vez na vida e que ninguém diz..que ninguém deixa escapar...é mais fácil esconder o sentimento...sufoca-lo até que morra ou até que se torne apenas sonho...e quantos beijos ficaram por dar? Quantos casais por se formar? Quantas pessoas infelizes ou não completamente realizadas ficaram amarguradas, destroçadas, sozinhas, vazias ?... Pelo medo estúpido de arriscar? Pelo medo de ouvir um não?"


Sem dúvida que o "quase" pode sufocar qualquer um...
é uma sensação de vazio, te estar incompleto...é frustrante esse "quase"...porque nos capacita das nossas limitações que muitas das vezes impomos a nós mesmo...
Eu quanto a mim prefiro mil vezes arrepender-me do que faço...do que do que não faço...

Beijo!