The Way You Make Me Feel

Estou sozinho neste momento. São 04h35m e pela janela aberta do meu quarto deixo entrar o mistério da noite. Nem uma nesga de luar, nem o adejo duma ave, nem o frémito de uma aragem que venha despertar o meu insubmisso espirito. Papeis espalhados sobre o chão do meu quarto, a luz frenética de um candeeiro que me incomoda, a minha respiração que não me deixa concentrar e o som de uma lágrima a cair sobre a carta que escrevo. A atmosfera está estupidamente densa do meu perfume subtil, estou completamente atónito com esta situação que estou a viver, porque até o meu próprio pensar me incomoda. Tenho a alma entorpecida e o corpo amolentado por saber que tu não estás aqui comigo neste momento. Um vaga-lume vem ao meu encontro e vejo-o pousar vagarosamente sobre o vertice da caneta com que escrevo, como se fosse um despertar de uma ideia oculta, uma luz dentro de mim tornou-se tão clara e precisa que jamais em tempo algum eu duvidasse desta minha incrédula capacidade de expressar em letras aquilo que me vai na alma. As horas passam e o choro acalma, o choro pode durar uma noite, mas a alegria logo vem quando te sinto aquí a meu lado, quando tu estás comigo, quando a tua presença se torna a essencia, a fonte, o regozijo da minha alma. Porque nesta noite apesar de estar aquí sozinho a ser violentamente espacando pela fragilidade do meu coração, sei que quando o sol romper pela manhã tu vens ao meu encontro para me abraçar, eu tenho esta certeza e é com ela que me movo. Tânia, sabes porquê?
Porque hei-de de trazer de mim, a sufocar-me , a fazer-se ouvir mais alto que o riso, que a alegria das horas despreocupadas e a agitação exterior, esta tua presença na minha vida que tão bem alimentada está. Amo-te