segunda-feira, 13 de agosto de 2007






Entrei Numa especie de remoinho de vacuo...parece estranho mas é verdade...fui sugada por tantos que ai em baixo (sim esse mundo cada vez mais caotico onde vocês estão inseridos) precisam de mim...
São tantas as vozes tantos os pedidos de ajuda que eu sinto-me puxada em várias direcções, e entre puxões e empurrões tento chegar a todos,e a mim mesma ao mesmo tempo...
Não sei bem porque tantos ainda me procuram, eu já não sou humana e mesmo quando o era nem sempre chegava a toda a gente, não me era possivel, com o tempo até acho que me fui tornando egoista (não sei...talvez tenha dado o meu melhor e esse melhor tenha sido pouco), mas o tormento de carregar nas costas o peso de tantos problemas, tanta gente, tantas almas é tudo menos fácil de suportar, e olhem que força não me faltava, ou teria quebrado muito antes de quando quebrei de facto...
Acho que (apesar de ainda não saber ao certo das circunstâncias da minha “morte”) quebrei também devido ao cansaço extremo que sentia!
Nunca conseguia ter a cabeça em descanço, a qualquer altura em qualquer lugar lá tinha eu uma voz que chamava o meu nome “Lia”, ou um pressentimento, uma angustia, uma ansiedade, um vulto, uma sombra, um corpo no meio de uma estrada movimentada a olhar para mim a gritar num silêncio tão dolorosamente por mim audivel!!!!!
Lembro-me que quando te contava estas coisas olhavas para mim num silêncio tão indecifrável que ás vezes me parecia que achavas que eu estava a enloquecer...se calhar até estava mesmo...
Não sei...já não sei...este mundo também ainda não me deu todas as respostas, ainda estou muito longe de chegar ás conclusões da minha vida e por isso ainda mais longe de perceber a minha morte...
Enfim, passamos a nossa existência nesse mundo e fora dele, numa continua aprendizagem que ás vezes ainda nos confunde mais...
Aquele foi um periodo muito dificil de suportar, parecia que a minha sanidade mental me estava a escapar por entre os dedos...queria tanto agarrar as coisas, os momentos e as situações que acabava por me embrenhar tanto que me perdia de mim mesma, e de ti...
E aquelas vozes que não paravam de soar na minha mente que me sussurravam pedidos de ajuda, avisos, suspiros gélidos e carentes de atenção...uma atenção que o meu cansaço não me permitia “oferecer” a todos quanto o exigiam...
E depois existias Tu...
Tu que eu tentava não assustar com estes meus pensamentos.
Tu que estavas do meu lado mas sem saber bem como chegar até mim, por serem situações tão novas para ti, e tão pouco perceptiveis...se ao menos soubesse como te explicar, como te fazer perceber como era essa parte do meu mundo...
Mas nem hoje te saberia mostrar...nem hoje te poderia explicar melhor...e o que é engraçado é que uma dessas vozes que agora me puxam, é também a tua!! Sinto-te chamar por mim, de uma forma como nunca tinha ouvido antes!...
E doi...doi porque não tenho como chegar até ti e dizer-te que estou aqui para ti, e tal como quando estava contigo fisicamente,agora, tu continuas a ser prioritário na minha vida, e ás vezes, embora não pareça, nada é mais importante do que Tu, e a tu existência em mim...porque ainda continuo a obter de ti a força, o amor, que me impulsiona a continuar em frente...a viver (?) e a querer ser mais!
Aprendi contigo a gostar de mim, e contigo o meu mundo transformou-se...
E agora tenho mais uma vez de lutar para tentar sair do vacuo, e chegar aos poucos ás vozes que me chamam e puxam...e a Ti em especial!...

4 comentários:

kronnax disse...

Pois é as vezes a vida é assim mesmo...E por isso:Há alturas na vidaEm que se sente o piorComo que uma saídaRefúgio na dôrE ao olhar para trásPensar no que aconteceuO que se vê não aprazNão gritou mas escondeuE salta a fúria em nósRebenta o ser mais caladoQuerer puxar pela vozMostrar que está revoltadoÀ espera o tempo a passarA desesperarGanhar a coragem de gritar e gritarE é nestas alturasSou eu mesmo que o digoRepensamos na faltaQue nos faz um amigoAlguém que nos mostre a luzE nos estenda uma mãoDiga que a vida não é cruzOlhar para trás pedir perdãoE salta a fúria em nósRebenta o ser mais caladoQuerer puxar pela vozMostrar que está revoltadoÀ espera o tempo a passarA desesperarGanhar a a coragem de gritar e gritar

kronnax disse...

Na encruzilhada dessa estrada,Quem te espera de emboscada, já,Essa dama que te chamaNão é gente, tem cuidado,Tão desprevenido, seduzido vais,Sem um gesto de protesto,Quando te dás conta, já é tarde de mais.Oh, as voltas que a gente dá,Oh, p'ra não sair donde está,P'ra não sair donde está,Por ruelas esquecidas,P'ra não sair donde está,Vive as tuas sete vidas.Meio ausente, passo lento,Entre a gente, contra o vento,Por ruelas esquecidas,Vive as tuas sete vidas, só.

dreaMan disse...

Mor, não sei muito bem o que escrever sobre este post, mas tenho-te a dizer que ele significa muito para mim e em especial para ti. Talvez tenha sido um dos posts mais fixes que li, porque revela a essência de um ser que incessantemente procura em auxiliar um clamor que desesperadamente pretende encontrar uma saída plausível para a sua situação. São vozes que jazem no teu pensamento, na tua consciência sã e que por mais tentativas que possas fazer para as ignorar, certamente que não vais deixar que o dia de amanhã adormeça no vacuo, porque a procrastinação não faz parte de ti quando aquilo que mais falta faz é a presença e o refúgio da tua pessoa na vida de outros seres. Os inumeros pedidos de "socorro" que constantemente resfreavam a tua memória, os eloquentes prantamentos que não te deixavam descansçar, eram uma ponte, uma via, um canal de ligação entre dois mundos que transportam energias antagónicas. São estes dois mundos que existem na tua vida e que fazem o mais perfeito sentido: um com energias positivas e um outro com energias negativas, são dois mundos que não se podem confundir, apesar de serem completamente diferentes um do outro têm que caminhar na vida num sentido paralelo. Sabes as vezes o que eu penso "Lia"? Que ... por mais que tu penses em desistir ou em "morrer" neste teu mundo, tu nunca não o vais conseguir fazer, porque isso além de não fazer sentido para ti, sentes-te na obrigação de aparar o golpes feridos pelo massacre angustioso de um viver indigente. Depois .. concentras-te e tentas silenciosamente rasgar uma alma e retirar o seu fardo e entras por este mundo como um suspiro quente que se deposita vagarosamente nas folhas húmedecidas pelo orvalho. E alí está aquela figura, um corpo no meio de uma estrada movimentado a olhar para ti a gritar num silêncio tão dolorosamente audivel por quem relamente compreende o sofrimento .. mas tu, tentas ignorar e esse vulto até te compreende, porque exagerou um pouco, não devia ter feito aquilo! Ao caminhares pela estrada da vida, quero que saibas meu amor, que eu estarei sempre a teu lado! Estou aqui para tudo, para te ajudar em tudo, e junto conseguiremos suportar e ultrapassar os obstaculos da vida. Eu quando olho para ti silencioso não significa que te acho imprudente, ou louca, mas simplesmente estou a tentar compreender de que ferro ou aço é construida esta tua ponte!

dreaMan disse...

upx .. enganei-me numa cena .. "são dois mundos que não se podem confudir?" Explica-me se existe uma junção destes mundos?!? Tem que existir!!!!! Não faz sentido eles não se juntarem!!